***ATUALIZADO***
Neste post comento todos os detalhes da construção do Hélix que dá acesso ao segundo nível da maquete. Para poder dar andamento na segunda parte do segundo nível da maquete, tive que construir o Hélix que fará a elevação. Precisava saber a atura final que iria alcançar, de que maneira iria fixar, e até mesmo se iria funcionar. Contrariando TODAS as orientação em termos de percentual de inclinação e raio de curvatura, utilizei os trilhos rígidos da Frateschi com 36 cm de raio em 4 voltas e terminei a ultima volta com trilhos flexiveis. A cada volta os trilhos sobem 10 cm de altura. Analizando o perímetro dessa curva (Fórmula do perímetro 2.Pi.Raio temos 226cm) e os 10cm de altura, temos algo em torno de 4,4% (10cm altura / 226cm perimetro) de incluinação. Essa inclinação é forte e NÃO recomendada.
Na minha primeira análise verifiquei que iria "forçar demais a barra" . Com muita inclinação iria limitar o número de vagões tracionados e com o raio apertado iria limitar as locomotivas que subiriam pelo hélix. Pensei em outras maneiras de fazer a elevação, como por exemplo, subindo gradualmente em torno da maquete, por tráz do back drop, mas desisti da idéia pois não teria como dar manutenção na linha. Enfim, como tudo na vida, temos que fazer escolhas, que implicam em renúncias, e sendo assim, resolvi trabalhar com essa limitação. Irão subir apenas as locomotivas que rodam nesse raio e pequenas composições de até 8 ou 10 vagões. Essa limitação é tão real, que não vemos uma Dash 9 por exemplo, descendo a Ferrovia Curitiba-Paranagua, devido as limitações impostas pelo traçado.
O Hélix foi instalado neste canto, aproveitando a chapa base como parte do inicio da subida e suporte do conjunto todo!
Aqui um detalhe muito importante, coisa que não havia feito na minha maquete anterior, é a marcação do raio na peça. Essa linha com raio de 36 cm irá guiar o assentamento dos trilhos. Utilizei dois materiais que tinha disponível. Fiz 3 voltas com a mesma chapa de OSB de 12 mm e 2 peças com MDF de 6mm. No final acabou "sobrando" uma, e já explico o porquê!
Com o gabarito de raios (mostrado anteriormente) fiz 3 circunferencias, a interna com 32 cm, a do meio, raio dos trilhos, com 36 cm e a de fora com 40 cm. Dividi a circunferência em 8 partes, que teriam os furos para o suporte e regulagem da altura.
Com o conjunto preso por grampos, fiz os furos com broca 10 em todas a chapas de uma vez, para evitar desencontros na hora de colocar a barra roscada.
Na última peça, deixei um "braço" sobrando, para porterior encaixe no 2 nivel que será montado. Com a peça mais ou menos no lugar, verifiquei a furação no tablado inferior, se estaria livre, e não pegaria em algo.
Ao total são 16 barras roscadas de 3/8 com porcas de 13mm. Foram utilizados arruelas e porcas, por baixo e por cima de cada peça.
Resolvi deixar a emenda das peças para tráz, o que acabou me dando mais trabalho e me forçando a desencostar a chapa e ter acesso por tráz.
Aqui começo a aplicação dos trilhos, iniciando com uma barra de trilho flexível e dando sequencia com os trilhos rígidos.
Um detalhe IMPORTANTE aqui é que fiz o assentamento de maneira a desencontrar a emenda da peça , da emenda dos trilhos, pois ali seria um ponto sensível que poderia dar problemas.
Com o desencontro a transição de uma peça para outra ficou bem tranquila.
O sistema de barra roscada ajuda MUITO na "regulagem" da altura que voce quer obter.
De maneira simples comecei assim, a cada quarto de volta, aumentei 2,5 cm, essa era a altura principal a ser verificada.
O oitavo de volta ficou mais ou menos no que dava, algo em torno de 1,75cm. Outro detalhe é o nível em cada quarto de volta, visto que a tendência da madeira é de ir torcendo... deixei o interior com com um pouquinho menos, 2 ou 3 mm no máximo, para a curva ter inclinação para dentro. A altura de 10 cm foi determinada para deixar 1,2 para a rampa (madeira) e 8,8 para o trem. Menos que isso poderia ficar apertado demais e algum vagão mais alto poderia raspar no teto.
E assim vai.. encaixando as peças e assentando os trilhos.
Um detalhe aqui, é que percebi a necessidade de se observar com MUITO cuidado a geometria da curva, pois os trilhos têm pontas mais curtas ou mais longas, e ao se realizar o encaixe, se não observado, podem tirar o trilho do raio desejado.
Tive que ir "corrigindo" os trilhos, cortando pequenas partes para evitar emendas muito espaçosas, que poderiam complicar ainda mais uma situação já complicada!
O furo do "preguinho" tinha que "casar" certinho na linha do raio de 36 cm.
Uma outra perpesctiva..
Aqui mostro o detalhe da entrada do Hélix, onde utilizei quase meia volta com a peça cortada no tablado inferior.
Essa transição foi feita de maneira BEM suave.
Aqui o detalhe do encaixe de cada peça da elevação.
Cortei pedacinhos de MDF de 6mm que eram aparafusados por baixo em uma peça, e por cima na outra.
Detalhe do corte no tablado inferior e o "calço" utilizado para firmar a rampa, visto que não pude usar a barra, pois ela precisava ser fixada no tablado.
Mais um nível...
Conclusão
Quando fiz as contas inicialmente, considerei 8 barras roscada de 1m, e eu iria corta-las com 50 cm, pois era a altura que eu pretendia chegar. Resultado? Faltou altura. Sobrou uma volta que não pude colocar devido a falta de barra roscada.
A altura final chegou a 48 cm na ponta do "braço" que fiz sobrar, então não deu muita diferença. Na verdade não considerei a perda de barra que foi preciso para colocar o parafuso embaixo do tablado. Enfim, esses dois centímetros terei compensar no nível superior que será instalado posteriormente. Depois de tudo isso, vocês devem me perguntar: E ai? funciona? Vou postar um vídeo com algumas locomotivas que andaram muito bem nesse hélix, e confesso que me surpreendi.. vocês veram! Abraços!
***** Atualização *****
Publicado em 4 de fev de 2016
Olá pessoal! Neste vídeo vemos uma locomotiva ES44AC da Bachmann subindo o hélix. Apesar dos raios apertados e inclinação acima do ideal a composição se comporta bem. Uma alternativa para quem quer ganhar um pouco mais de espaço na maquete! Espero que gostem!