Pintura - Primeira Experiência
- Fernando Franco
- 30 de mai. de 2016
- 4 min de leitura
Bom dia pessoal!
Hoje vou compartilhar com vocês o passo a passo e o resultado da minha primeira experiência pintado uma locomotiva!
É, desde já adianto que não é fácil, e devo admitir que os que dominam essa técnica são verdadeiros "artistas" pois o que determina o resultado final são os detalhes!
Mas vamos lá!!
A LOCOMOTIVA
A locomotiva escolhida para o teste foi uma Bachmann modelo Dash 8-40c, analógica, adquirida de segunda mão já com o intuito de ser pintada.
Confesso que a locomotiva em questão não estava 100% em termos de pintura, pois já havia sido pintada anteriormente por algum de seus antigos donos.
Ela tinha o padrão de pintura da Santa Fé conforme abaixo:

Algo parecido com isso, no Brasil, encontrei na companhia CVRD, mas com truques BB:

O fato é que essa ferrovia não é o foco para mim, e resolvi fazer uso de uma licença poética para criar algo que não existe, resolvi pintá-la no padrão da ALL, com teto preto e corpo vermelho.
Mas enfim, o resultado vocês verão logo à frente!
TIRANDO A TINTA
O primeiro passo foi tirar a pintura anterior, e para isso realizei algumas pesquisas para saber qual o produto mais indicado para remoção sem afetar o plástico da carcaça.
Não encontrei nada exato, que pudesse determinar o procedimento correto para isso. Dessa forma comecei com o que acredito ser o menos agressivo ao plástico, o Fluído de Freios!
O fato é que depois de 3 dias imersa no fluído a carcaça deu apenas uma enrugadinha na pintura, e mesmo com uma escova de dentes não consegui retirar muita coisa da tinta aplicada.
Seguindo adiante, a teimosia e insistência me levaram a experimentar um Thinner!
Utilizei um thinner médio, desses classificados com de uso geral, para diluição de esmaltes sintéticos. Fiz o teste na metade da carcaça, na parte da frente.
O Thinner , ao meu ver, foi o que deu o melhor resultado, pois com pouco tempo começou a dissolver a tinta, mas passado uns 10 minutos percebi que o plástico começara a amolecer em alguns pontos, comprometendo alguns detalhes como cantos vivos e entalhes. Retirei a peça do thinner, deixei secar e posteriormente a lavei com sabão neutro.
Ainda tinha a segunda metade com pintura para ser removida, e queria experimentar uma outra opção.
Foi aí que, ao meu ver, cometi o maior erro! A falta de paciência, imprescindível para esse tipo de trabalho! Parti para a Acetona Pura !
A acetona tirou a tinta muito rapidamente, mas comprometeu os detalhes da carcaça na parte em que ela foi aplicada. Nesse momento pensei! "Que cagada, condenei a peça"!
Entre mortos e feridos vamos ver os resultados:
Nessa parte utilizei o Thinner.
Perceba que mesmo tendo amolecido um pouco durante a aplicação, os detalhes não foram danificados ao ponto que eu havia imaginado!

Nessa parte utilizei a Acetona
Perceba que ela atacou o plástico de tal forma a perde detalhes como os entalhes da grade do radiador e as portas traseiras.
Enfim, paciência, já que cheguei até aqui, decidi ir adiante e ver no que dava!

A PINTURA
Um detalhe que me preocupou foi a tinta a ser utilizada.
Procurei algo que ficasse o mais próximo do padrão de vermelho utilizado pela Frateschi para pintar as locomotivas no padrão ALL.
Acabei encontrando a cor bem próxima em uma tinta spray da marca Mundial;

Com o vermelho pintei a carcaça inteira, atentando para o acabamento nas partes que efetivamente iriam ficar no vermelho.

Com o preto fosco pintei as demais partes
Nessa foto já havia pintador o vermelho de base e feito o empapelamento com fita crepe na parte inferior.


Aqui preparo a carcaça para a pintura do teto em preto.
Um detalhe que não colaborou foi o fato de que a carcaça é inteira, não se desmonta em partes com as da Frateschi.

Aqui ela já com o preto aplicado no teto.

Depois de seco montei ela parcialmente para verificar a tonalidade de cor frente a uma AC44i da Frateschi com pintura original.

Enfim algo que me deixou contente, a cor ficou bem próxima do que eu pretendia.
O brilho da pintura muda um pouco a tonalidade, mas isso seria corrigido com a aplicação do verniz fosco.

OS DECALQUES
Feita a pintura, a hora era de aplicar os decalques.
Essa foi uma experiencia traumática, pois "apanhei" um bocado até conseguir colocá-los no lugar.
Como esse padrão NÃO EXITE , resolvi utilizar uma folha de decalques que tinha disponível, procurando deixar o mais próximo do padrão de uma C30-7.



O VERNIZ
Depois de aplicados os decalques é chegada hora da aplicação do verniz fosco para tirar o brilho excessivo da peça e proteger os decalques.
O verniz utilizado foi o da Colorgin, a base de solvente e com acabamento fosco:

Percebam que a coisa já começa a melhorar.

Foram aplicadas duas demãos bem finas com intervalo de 20 minutos.

Um detalhe importante é fazer essa pintura em dias ensolarados, com temperatura maior que 20 graus célsius para evitar o branquamento do filme. Esse verniz é muito suscetível a umidade.
Depois de seco, sem problemas!

O DETALHAMENTO
Depois da aplicação do verniz fosco foi a vez da pintura dos pega mãos e demais detalhes.
Aproveitei parar tirar a pintura anterior dos rodeiros, até os rodeiros de uma locomotiva dummy da Frateschi entraram no serviço:

Depois de montada está aí o resultado:



CONCLUSÃO

Sempre achei que essencialmente a prática do modelismo ferroviário é algo muito pessoal, de gosto. Acredito que o lazer e o prazer na prática devem ser maior que a reprodução fiel da realidade.
Partindo desse pré suposto eu diria que o resultado me deixou satisfeito, pois vou poder aproveitar muito mais a locomotiva do que anteriormente.
Eu diria que o trabalho vale um 6 de média, tem que melhorar muito, mas é praticando que a gente vai melhorando, evoluindo!
Gostei da danadinha, acho que até merece um decoder de movimento!!
hahahahahahahaha
Abraço a todos!
Fernando Franco